Abrir uma transportadora, antes de mais nada, envolve mais do que comprar caminhão e conseguir clientes. Além disso, uma das etapas mais importantes e, não raro, ignorada, é escolher corretamente o CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica). Isso porque essa escolha impacta diretamente os impostos, o enquadramento tributário, a emissão de documentos fiscais e, ainda, a possibilidade de participar de licitações.
Se você está iniciando uma transportadora ou quer revisar o cadastro da sua empresa, este guia é pra você.
O que é CNAE e por que ele importa para transportadoras?
O CNAE é um código numérico que define a atividade econômica principal (e, quando aplicável, as secundárias) de uma empresa. Além disso, ele é usado pela Receita Federal, pelos estados e pelos municípios com o objetivo de aplicar a tributação correta e também definir obrigações fiscais.
Na prática, um CNAE incorreto pode resultar em:
- Pagamento de impostos indevidos;
- Incompatibilidade com o regime tributário (Simples Nacional, Lucro Presumido, etc.);
- Impedimento para emitir documentos fiscais;
- Riscos de autuação ou penalidades.
Quais são os CNAEs mais usados por transportadoras?
Existem vários CNAEs relacionados ao transporte, mas os mais comuns são:
- 4930-2/01: Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal
- 4930-2/02: Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional
- 4930-2/03: Transporte rodoviário de produtos perigosos
- 4930-2/04: Transporte rodoviário de mudanças
- 5250-8/04: Atividades de apoio à logística de transporte de carga
Cada um deles exige cuidados específicos com documentação, seguros e licenças.
Como escolher o CNAE certo na hora de abrir a transportadora?
A escolha deve refletir a atividade principal da empresa. Por exemplo, se sua operação foca no transporte rodoviário interestadual de cargas em geral, o 4930-2/02 é o mais adequado. Entretanto, para quem atua com produtos perigosos ou mudanças, há códigos específicos.
Dica importante: conte com apoio contábil ou jurídico especializado em transporte. Um erro nessa etapa pode custar caro depois.

Diferença entre CNAE principal e secundário no transporte rodoviário
Toda empresa precisa ter um CNAE principal, mas pode incluir CNAEs secundários caso exerça outras atividades. No entanto, no setor de transporte, isso é comum em transportadoras que também fazem:
- Armazenagem de carga
- Logística reversa
- Transporte de passageiros (em casos específicos)
- Serviços de entrega urbana
- Apoio logístico
Sendo assim, incluir as atividades certas pode abrir mais oportunidades de negócio e evitar problemas com fiscalização.
CNAE errado pode gerar dor de cabeça: veja os riscos
Escolher o CNAE errado pode parecer um detalhe, mas pode travar toda a operação. Entre os principais riscos estão:
- Impedimento para emitir CT-e
- Divergências com o cadastro na ANTT
- Multas por enquadramento incorreto
- Exclusão do Simples Nacional por incompatibilidade
- Problemas em fiscalizações municipais e estaduais
Ou seja, não é um assunto para deixar pra depois.
TMS e CNAE: como a tecnologia pode ajudar na regularização e controle?
Um bom TMS (Sistema de Gerenciamento de Transporte) pode não apenas ajudar a emitir os documentos com os dados corretos, como também cruzar informações fiscais, validar cadastros e evitar inconsistências operacionais.
Na Brudam, o TMS é atualizado conforme a legislação vigente e pode ser integrado ao ERP ou sistema contábil da empresa, tornando a gestão fiscal mais segura e automatizada.
Conclusão
Por fim, escolher o CNAE certo é mais do que uma formalidade — é uma decisão estratégica que pode influenciar diretamente o sucesso da sua transportadora. Desde o enquadramento fiscal até a emissão correta de documentos, tudo começa com esse código.
Por isso, se você está estruturando sua operação ou quer revisar o que já foi cadastrado, vale a pena olhar com atenção. E mais do que isso: contar com ferramentas que garantam precisão e segurança ao longo de toda a jornada.